Apresentação

O bom cinema é sempre um precioso instrumento para reflexões e aprendizados políticos e culturais. E promover reflexões e aprendizados no ambiente universitário, não por acaso, é um dos principais compromissos do PET-Programa de Educação Tutorial implementado pela SESu/MEC.

Este Blog é uma produção do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, que foi criado e é operado pelos bolsistas do Grupo PET-Farmácia/Saúde Pública da UFRJ. E, com alguns poucos filmes selecionados, se pretende estabelecer um espaço e um momento para o intercambio e a disseminação de experiências e informações sobre o universo petiano.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

EDUKATORS


8 comentários:

  1. Sinopse:
    Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg) são dois jovens que acreditam que podem mudar o mundo. Eles se auto-denominam "Os Educadores", rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica: eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e espalham mensagens de protesto. Jule (Julia Jentsch) é a namorada de Peter, que está passando por problemas financeiros e, por causa deles, está saindo de seu apartamento alugado. Tempos atrás Jule se envolveu em um acidente de carro, que destruiu o carro de um rico empresário. Condenada pela justiça, ela precisa pagar um novo carro no valor de 100 mil euros, o que praticamente faz com que trabalhe apenas para pagar a dívida que possui. Como Peter viaja para Barcelona, Jan vai ajudá-la na mudança. Eles se conhecem melhor e Jan termina por contar a ela a verdade sobre os Educadores. Empolgada com a notícia, Jule insiste que ela e Jan invadam a casa de Hardenberg (Burghart Klaubner), o empresário que a processou. Após uma certa resistência, Jan concorda. Na casa eles agem como os Educadores, mudando os móveis de lugar, mas cometem um grave erro: Jule esquece no local seu celular. No dia seguinte, com Peter já tendo retornado da viagem mas sem saber do ocorrido, Jan e Jule decidem invadir novamente a casa de Hardenberg, para recuperar o celular. Porém o que eles não esperavam era que o empresário os surpreendesse dentro da casa, o que os força a sequestrá-lo.

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  2. No filme os jovens acreditam que podem mudar o sistema por manifestações pacíficas, que acabam os conduzindo a uma atitude radical quando se vêem obrigados a seqüestrar o empresário. Enquanto mantinham o empresário em cativeiro percebem que ele em sua juventude lutava contra o sistema assim como seus seqüestradores fazem, e mesmo tendo se identificado com a conduta deles seu comportamento pós seqüestro permanece inalterado em relação ao seu comportamento antes do seqüestro, fazendo com que os jovens cheguem a dura conclusão de que tem gente que não muda nunca.
    Acredito que o comportamento da maior parte das pessoas se assemelhe ao do empresário. Um dia lutamos por convicções e ideais, mas com o tempo passamos a agir com o mesmo comportamento que éramos contrários.
    Vemos isso claramente quando vemos jovens cheios de ideias, contrários aos políticos corruptos e com má conduta entrando na política e repentinamente se corrompendo, aliando se aos mesmos políticos que condenavam e se beneficiando das mesmas vantagens que contestavam.
    Esse comportamento se reflete em diversas outras áreas, e assim vem sendo por muito tempo e continuará sendo enquanto a sensação de poder e o conforto pessoal apagar os princípios que trazemos em nossas mentes.

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  3. Esse filme... Remete à sociedade jovem aquilo que jamais deveria ter sido perdido: a coragem. A insatisfação, tudo bem... Você acaba por mediocrizar seus limites para tornar os acontecimentos um tanto satisfatórios. Mas a coragem...
    Tudo simboliza, na realidade trasmite de uma maneira tão real, o quão segregada é esta sociedade, o que elitista é. Um grupo de jovens decide, por conta própria, invadir as casas dos "pobres ricos" da cidade para então, sem roubar qualquer objeto, deixar o medo, a inquietude, a incerteza na cabeça daquele morador. "Seus dias de riqueza estão contados" - e aí, o que fazer? Aliás, contiuar a fazer o que sempre fez: nada. Nada socialmente orientado, apenas jogos políticos para manter sua vidinha em um bom status.
    Ao se sentirem tão vulneráveis, tão facilmente atacados, espera-se que possam modificar sua atitude perante a sociedade, ou no mínimo questioná-la.
    E mais uma vez nos remetemos ao ponto inicial: ao comodismo de nós, jovens, perante as diversas atrocidades acometidas por membros de toda forma de grupo social no qual estamos inseridos. Assassinam a educação, limitam nosso desenvolver de pensamento, nos obrigam a um raciocínio, não lógico, mas coerente aos dos próprios professores. Num induzem ao um individualismo, a cada um buscar nada mais do que seu sucesso pessoal. Nos criam dúvidas que não podem responder, ou no menor pior, nos inserem conceitos que não percebmos e somos incapazes de nos questionar.
    E assim continua a sociedade, a universidade... Perante a falta de coragem dos estudantes. Vamos sair com um papel timbrado, um canudinho, e esquecer, daqui a uns 7 anos, com sorte, o que "aprendemos" ou "decoramos" nesses 5 anos de formação. "Formação"? Não me recordo de jamais terem me auxiliado na formação de meu caráter, raramente quando me orientam a um senso crítico.
    A importante de uma "educação tutorial" talvez por muitos nunca tenha sido percebida (ou fazem questão de não perceber) pois muito mais simples é ler slides (os mesmos há 5 anos) e aplicar provas de marcar "x", quando muito de preencer lacunas.
    É... E será que "todo coração é uma célula revolucionária"? Ainda acredito que seja. Ainda acredito que não esteja tudo perdido...

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  4. O filme mostra que até mesmo os mais engajados e ativistas querem a segurança e conforto de casa e vida luxuosas, tornando-se exatamente aquilo que antes combatia. Desistir de seus ideais de jovem e com o passar do tempo entrar em harmonia com as “regras” da sociedade de modo a não se tornar uma vítima delas. A lição serve para nós alunos que nos sentimos corrompidos pela realidade da nossa Universidade que transforma alguns bons alunos em espertinhos, mentirosos e trapaceiros ou pelo menos em alguém que está sempre tentando tirar vantagem ou “dar um jeitinho” em tudo.

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  5. Mais uma vez, podemos associar o comodismo dos ricos e estáveis observado no filme com a atitude tomada pelos responsáveis do ensino nas universidades públicas. O que vemos atualmente nas salas de aula é ainda o velho regime de "o professor fala, o aluno ouve", quando o aluno, de fato, ouve. Muitos professores são mestrandos que necessitam dar aula para se formar ou, simplesmente, estão ali apenas pelo salário que ganham e, dessa forma, não há o compromisso com o bom ensino. Seu principal objetivo, o de formar profissionais e cidadãos, é completamente esquecido e não há nenhuma espécie de cobrança em cima disso, quer seja por parte de cargos superiores ou pelos próprios alunos, os que mais deveriam se interessar pelo assunto.
    Mas enquanto os professores recebem seu dinheiro e os alunos passam de período, o comodismo permanece e o ideal do verdadeiro ensinamento é abafado.
    Talvez, nesse sentindo, os grupos PET não sejam os revolucionários que mudarão o sistema de ensino, mas apenas os EDUCADORES, que tentam sair do COMODISMO e mostrar à sociedade que há um IDEAL a ser resgatado.

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  6. Os jovens "educadores" têm sua ideologia e buscam fazer a diferença. Seus atos são, no mínimo, instigantes e corajosos.

    Em nossa sociedade essa coragem é podada aos poucos. O cidadão diferente, que tenta ir contra o sistema, é aquele que aos poucos "quebra a cara" e desiste.

    No final das contas, o rebelde pode até passar a pensar como os antigos inimigos. "Ah, vai ver eu que estou errado". Os filhos podem acabar agindo como os pais, no futuro, incorrendo nos mesmos "erros" antes recriminados.

    E caímos de novo na discussão do "Ônibus 174", da sociedade versus homem.

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  7. Não sei se é possível implantar um sistema socialista, e também não acho pertinente.

    O filme é isso que meus colegas comentaram, jovens lutando contra o sistema, tentando moldá-lo para aquilo que acreditam ser melhor para todas, suas idéias são belas e poéticas, mas veja a china, comunista, veja cuba... é assim um paraíso? Creio que não...

    Devemos lutar para uma vida melhor, mas o sistema não é algo que se molde assim e se mude radicalmente, senão por força armada, golpes militares, políticos, guerrilha, morte, violência e mais miséria ainda...
    Acredito que devemos batalhar pelo aumento dos salários, pela valorização do trabalhador, pela diminuição da margem de lucro das empresas, não estou dizendo que o chefe, dono, patrão vai passar fome, não de forma alguma, mas como disse o Sr. milionário burguês ex-militante do filme, "Não sei o que fazer com meu dinheiro, minhas posses, só trabalho, não vejo muito minha esposa" só faltou dizer, levo uma vida fútil, medíocre baseada no consumismo e na luxúria e na falsa sensação de plenitude...não vejo o porque de um gari ganhar menos que um Farmacêutico ou um Médico, Você ai, Dr.? Faria o que ele faz se ele não fizesse?
    É disso que estou falando, somos todos importantes, sei que minhas idéias também são poéticas, e talvez nunca se realizem, mas não é disso que o filme trata? Revolução? Evolução? Debates político-sociais?

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