Apresentação

O bom cinema é sempre um precioso instrumento para reflexões e aprendizados políticos e culturais. E promover reflexões e aprendizados no ambiente universitário, não por acaso, é um dos principais compromissos do PET-Programa de Educação Tutorial implementado pela SESu/MEC.

Este Blog é uma produção do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, que foi criado e é operado pelos bolsistas do Grupo PET-Farmácia/Saúde Pública da UFRJ. E, com alguns poucos filmes selecionados, se pretende estabelecer um espaço e um momento para o intercambio e a disseminação de experiências e informações sobre o universo petiano.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

OBRIGADO POR FUMAR


6 comentários:

  1. SINOPSE:
    O filme de estréia de Jason Reitman,é uma sátira corrosiva da chamada "culture of spin" (cultura de manipulação de informações), baseada na elogiada obra do mesmo nome 1994 de Christopher Buckley, adaptada para as telas por Reitman. O herói de OBRIGADO POR FUMAR é Nick Naylor (Aaron Eckhart). porta-voz principal das grandes empresas de cigarros, que ganha a vida defendendo os direitos dos fumantes na nossa cultura neo-puritana atual.

    Desafiado pelos vigilantes da saúde que querem banir o consumo de cigarros e por um senador oportunista (William H. Macy) que deseja colocar rótulos de veneno nas embalagens de cigarros, Nick embarca numa ofensiva de relações públicas, manipulando informações e diminuindo os riscos do uso do cigarro em programas de entrevistas de TV e buscando a ajuda de um super-agente de Hollwyood (Rob Lowe) para promover o fumo nos filmes. A fama recente de Nick atrai a atenção do chefão das indústrias de cigarro (Robert Duvall) e uma repórter de um influente jornal de Washington que deseja investigá-lo (Katie Holmes). Nick diz que só trabalha para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que filho pequeno Joey, (Cameron Bright) presta em seu trabalho e uma ameaça de morte bastante real podem acabar fazendo com que ele mude de opinião.

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  2. No filme Nick Naylor defende através de seus argumentos e manipulação de dados o tabaco e assim consegue manter em alta a venda de cigarros, ainda que uma serie de pessoas mostrem os males do mesmo.
    Sua boa aparência e as respostas na ponta da língua fazem dele um perfeito manipulador, denominado lobista. Personalidade não muito estranha para nós, afinal, estamos constantemente expostos à manipulação de informações em função do interesse de um individuo ou empresa, podendo ser denominado também como apresentador de TV, político, assessor político entre outros.
    Um exemplo dessa manipulação é a exposição pelo governo de números relacionados à educação sempre crescentes: mais jovens na universidade, mais indivíduos alfabetizados e mais escolas nas comunidades carentes. Mas não se toca em dados simples como: informar se há professores nas novas escolas, se todas essas pessoas alfabetizadas sabem interpretar um texto e se esses jovens na universidade estão tendo laboratórios em condições de ter aulas. E assim as pessoas se mantêm informadas e satisfeitas com dados pouco concretos sem criticar ou pensar sobre essas informações.
    A mesma coisa acontece na saúde, muitas unidades de atendimento são abertas rapidamente, mas basta ir a algumas delas para ver que são só números informados por algum político simpático na TV, pois faltam médicos em umas, enfermeiros em outras, medicamentos em outras e por vezes faltam até os três. Mas o que é informado é que novas unidades de pronto atendimento estão sendo abertas. E por ai vão as manipulações a que estamos submetidos.

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  3. Vi este filme há mais tempo, mas me lembro que ele recorta a propaganda de cigarros e mostra como uma boa oratória, estatísticas enviesadas e uma boa vontade de manipular os outros podem levar pessoas ao suicídio homeopático.

    De um lado, um grupo que ganha. Do outro, uma maioria que perde inclusive vidas. É o "venha à nós o vosso reino". Podemos recortar a política, os condomínios e, porque não, a Universidade e o PET?

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  4. Também tem um tempo que assisti esse filme, mas de cara já posso comentar que a burrice das pessoas que fumam é a mesma que as torna vítimas de toda e qualquer publicidade desde um rótulo colorido para um produto quase mágico a um discurso político, uma reportagem forjada, uma roupa de grife.

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  5. Ao ver o filme chego a duas simples e puras conclusões:

    "todos têm seu preço"
    e a pior delas
    "as pessoas gostam de ser enganadas"

    Bem no auge da indústria de tabaco, quando convenceram 90% dos adultos da minha família a fumarem, não posso afirmar que tinha-se conhecimento dos males do cigarro, portanto perdoou minhas tias e tios pela ignorância deles, mas não admito minhas duas primas, uma de 17 e outra de 25, que fumam, por que é notório o mal que o cigarro faz, não tem mais do que anti-propagando do cigarro em todo canto, até nos maços de cigarros, por isso quando Nick consegue aos poucos com seus argumentos convencer a platéia de seu ponto de vista, por mais que seu ponto de vista estava sendo lúdico e intelectual, não era pra ninguém apoiá-lo, por que sabemos o mal real que o fumo faz, o vício que ele causa, as doenças, mortes, por isso que digo "as pessoas gostam de ser enganadas"
    e "todos tem seu preço" porque todo tipo de "moeda"(sexo, dinheiro, favores) foi usado, e é usado no jogo de interesses do dia a dia, em todos os setores da humanidade, para se conseguir o que se quer.
    A vida é assim, sempre foi, e duvido que mude.

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  6. A questão do cigarro é particularmente interessante, pois o Brasil possui muitas e importantes leis anti-tabagistas, que começaram a ser implantadas no início da década de 90. Antes disso, havia até mesmo um incentivo ao tabagismo, que, na verdade, é um hábito existente entre a população muito antigo e que, inclusive, está presente nas mais diversas culturas. Entretanto, com o avanço da Medicina e da pesquisa, foram constatados os inúmeros malefícios do cigarro e o prejuízo que o governo tinha e ainda tem para tratar doenças relacionadas ao fumo. Assim, tornou-se necessária a aplicação dessas leis, até mesmo básicas em seus primórdios, como a lei que proíbe a venda de maços a menores de idade. Desde então, o cerco promovido em torno do fumo vem se fechando cada vez mais e são diversas as fontes contrárias a esse hábito: governo, profissionais da saúde e até mesmo a população, de um modo geral, hoje, mais bem esclarecida. Entretanto, há sempre a contraposição das grandes empresas tabagistas, que, visando aos seus interesses, tentam de todas as formas driblar regras impostas pelos Estados para poderem manter suas vendas.
    Aliás, não são só as empresas dessa categoria que o fazem. Indústrias dos mais diversos tipos de alimentos, por exemplo, a todo tempo, baseiam-se em falhas das normas da Anvisa, para poderem manipular a fabricação de seus produtos e/ou rótulos da maneira que as melhor beneficiar. A exemplo dessa afirmação, temos a recente propaganda de colocação em rótulos alimentícios do termo "sem gordura trans". Contudo, o critério estabelecido em que se baseiam os produtores para fazer uso dessa expressão é a existência de uma quantidade mínima permitida desse tipo de gordura em uma porção definida pelo fabricante, mas não na embalagem inteira, o que causa, evidentemente, um viés de informação.
    Assim, fica claro que o que vemos a todo momento em nossa sociedade é a driblagem do "certo" para poder-se adquirir benefícios.

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